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As relações familiares são um pilar decisivo para a integridade psicológica do indivíduo e por isso a integridade psicológica do indivíduo e por isso mesmo constituem um dos seus maiores desafios. Não é à toa que o casamento aquilo que com ele se relaciona representa um dos índices de stress mais elevados.

Para relacionar-se, o indivíduo tem de sair de si mesmo, do seu egocentrismo, e dar-se sem restrições, valorizando o outro, sem contudo se anular ou auto-desvalorizar.

Esse processo exige que se criem pontes que o ajudem a alcançar o outro, a compreender a sua perspectiva, a ver com os seus olhos e a aceitar os seus sentimentos. São pontes de amor pavimentadas de comunicação.

O Correio da Manhã de 18/06 publicou uma estatística relativa á violência doméstica em 2001, da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), segundo a qual se registaram 5.544 casos, sendo 55% dos agressores do sexo masculino, a maior parte entre os 35 e os 45 anos. As vítimas eram maioritariamente mulheres casadas entre os 25 e os 45 anos, vivendo num núcleo familiar restrito.

E sabemos que estes são apenas os casos registados e que não representam, nem de longe, a verdade total acerca da violência drástica no nosso país.

A situação de agressão, física ou psicológica, surge na sequência de fossos criados entre os cônjuges, simplesmente por ausência da partilha do que um e o outro sente, em amor e respeito construtivo. Assim, fechados cada qual dentro de si próprios, cortam os laços que os fazem ser um e as respostas tendem a ser mais agressivas na medida em que se afastam e isolam, deixam de ouvir – só querem ser ouvidos.

As famílias cristãs têm, se cada um se encontrar no relacionamento individual com Deus, os recursos necessários para construir pontes que permitirão resolver conflitos, solidificar sentimentos mútuos de amor, respeito e interdependência, construir felicidade.

Mas não acontece por acaso ou por magia. È o resultado de uma entrega honesta a Deus e ao outro, de um assumir de dificuldades próprias e da determinação de aprender. Passa por aceitar (não mudar!) o outro e querer crescer, pessoalmente e na relação. Passa por parar, avaliar, reconhecer, agir!

È preciso construir!

 

Abençoar-te-ei e tu serás uma bênção, foi a Palavra de Deus a Abraão (Gen. 12:2

Esforça-te e tem bom ânimo, porque tu farás este povo herdar a terra... Josué 1:6, disse o Senhor a Josué.

E o que de mim ouviste, confia-o a homens fiéis que também ensinem a outros. (I Timóteo 2:2), foi a instrução de Paulo a Timóteo.

Não foste vós que me escolheste, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. João 15:16, disse Jesus aos seus discípulos.

Esta continua a ser a ordem e o desafio para a igreja. Mas o que é frutificar?

Em todos os exemplos aqui citados nota-se um movimento no sentido de estender-se para fora de si e perpetuar-se em outros e noutras gerações.

Frutificar é produzir e reproduzir-se. Produzir de acordo com a espécie. Jesus também estabeleceu naquele seu discurso a condição segundo a qual seria possível produzir. “Se alguém permanece em mim e eu nele, esse produzirá muito fruto. Sem mim nada podeis fazer. João 15:5

Se estamos plantados nele produziremos de acordo com a sua qualidade e a nossa forma de viver tornará visível o seu rosto. Assim, afectará positivamente todos aqueles que estabelecerem connosco qualquer forma de relação – familiar, social, de amizade, ou de trabalho. Produzir de acordo cm a graça e a glória de Jesus. Reproduzir-se significa estender a sua influência para alem da sua própria vida. Cada fruto tem em si mesmo a capacidade genética que lhe deu origem e lhe permite continuidade. È a vida para além da própria vida. È gerar filhos. È fazer discípulos, também de acordo com a espécie, no espiritual. Esta é a visão. Este é o propósito. Aplica-se de forma corporativa, apenas na medida em que for aplicado no âmbito individual. A igreja é constituída de muitos ramos e cada ramo tem em si a capacidade e a responsabilidade de produzir. Tal como dizia Paulo a Timóteo:”Desperta o dom que está em ti”.