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Quando nos sentamos a planear, precisamos em primeiro lugar ter bem claro que objectivos queremos atingir. O planeamento deve ser desenvolvido em função desses objectivos na tentativa de encontrar os melhores meios para o seu alcance, o que nos leva ser criativos e a fugir da tentação de recorrer a estratégias e promover actividades que nós próprios ou outros já utilizaram, só porque foram “muito giras” ou tiveram muito sucesso.

Determinar o alvo

O alvo final do ministério de jovens deverá ser prepará-los para a liderança.

Devemos ver longe, sonhar alto, esticar as nossas expectativas para treinar uma geração que determinará o futuro. Precisamos acreditar no seu potencial e no projecto que Deus tem para eles. Focalizar no que podem vir a ser a partir do que são, inculcando-lhes valores que mais do que filosofia ou ética religiosa, se tornem parte integrante do seu ser. Faremos isto se acreditarmos, para alem das vozes discordantes que gritam desmotivação e pintam um futuro pior do que o presente baseados no preconceito de que a sua geração era melhor, mais capaz e mais lutadora, com menos oportunidades e mais conquistas.

Determinar o alvo é pois o primeiro passo do planeamento. O que é que pretendemos alcançar? Onde queremos chegar com os nossos jovens dentro de um ano? E em cinco anos, quantos estarão envolvidos de forma intensa no serviço de Deus? A resposta a questões como estas definirá a linha ao longo da qual estabeleceremos objectivos de curto prazo e imediatos que nos ajudarão a definir e orientar a nossa estratégia.

Formar equipa

Em segundo lugar precisamos perceber que os jovens procuram modelos através de relacionamentos pelo que não poderemos fazer tudo sozinhos. È preciso trabalhar em equipa. Por isso, antes mesmo de planear estratégias e actividades invista na formação de uma equipa e antes de dar-se no relacionamento com os jovens dê-se á sua equipa. Construa relacionamentos significativos com eles e encoraje o desenvolvimento de amizades sólidas entre eles. Estará assim a criar um bom modelo. Uma equipa unida é uma equipa que ora e partilha. Que se diverte em actividades recreativas e se envolve em desenvolvimento espiritual mútuo com igual prazer. À medida que criam laços de amor, apoio e respeito uns pelos outros estabelecerão um modelo que os jovens facilmente seguirão.

Recrutar

Quem deve fazer parte?

Pessoas de ambos os sexos, para que os rapazes e as raparigas aí possam encontrar modelos.

Com uma vivência cristã aprovada tanto dentro como fora da igreja.

Adultos (ou jovens adultos) de mente aberta e com uma paixão por esta faixa etária.

Corações de servo, dispostos a sacrificar-se pelos outros.

Disponíveis e comprometidos com a visão.

De fortes convicções e sólidos valores morais e espirituais.

È claro que o recrutamento deve ser feito com inteligência natural e espiritual. A selecção feita depois de observação e de envolvimento espiritual, em oração, terá menos riscos. Não caia na tentação de escolher aqueles que, por uma questão de personalidade ou por qualificação profissional lhe parecem mais capacitados. Cada elemento da equipa tem de relacionar-se bem consigo, com os outros membros, com os jovens, com o resto da liderança e da igreja e com o trabalho. Por isso, o processo de escolha é muito importante e ser sensível á direcção de Deus no assunto também. O profeta Samuel aprendeu essa lição quando foi incumbido de nomear um rei para Israel: “Não olhes para a sua aparência (...) porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” I Samuel 16:7

Treinar

Uma vez constituída a equipa há que treiná-la. O treinamento inclui passar a visão através da partilha dos sonhos, dos alvos, do que arde no coração, da oração, da comunhão e do envolvimento. Também inclui estudar em conjunto as características do grupo alvo do ministério. Características de desenvolvimento (espiritual, emocional, social, intelectual e físico), características culturais relevantes e outras, afim de melhor interagir. Inclui trabalhar actividades e metodologias que possam vir a ser instrumentos de apoio ás estratégias que venham a ser usadas , princípios de organização e de relacionamento.

As pessoas que formam a sua equipa são os seus discípulos. Pense neles como aqueles que eventualmente o sucederão. Invista neles crendo e querendo que cheguem mais longe e que alcancem ainda maior sucesso no ministério.

Planeamento das estratégias

Se queremos alcançar o alvo de fazer dos nossos jovens líderes fieis e comprometidos com o plano de Deus, precisamos de os envolver agora. Assim, é fundamental que as nossas estratégias atraiam o envolvimento dos jovens com Deus e com a igreja e nele assentem.

Paulo disse a Timóteo, um jovem discípulo seu que o objectivo do que lhe transmitira era que ele o transmitisse a outros que por sua vez transmitissem a outros. Isto é envolvimento. Isto é discipulado. Como líder deve perguntar-se a si mesmo: Estou a treinar pessoas para serem ouvintes da palavra ou praticantes da mesma? Se quer ter praticantes é necessário que sejam envolvidos na prática. O líder tem de ser um motivador á prática do que se diz crer e faz isso em primeiro lugar pelo exemplo da sua própria vida, em proximidade, porque afinal, não tem nada a esconder.

Os muitos apelos que os jovens de hoje enfrentam exigem ainda mais que se desenhe uma estratégia de envolvimento (ou discipulado), porque se a vida cristã para eles não funcionar, não irão querê-la.

O líder deve ser um mobilizador e treinador. Podemos descrever o processo de treinamento em quatro fases:

Eu faço, tu vês,

Nós fazemos,

Tu fazes e eu assisto,

Tu fazes sozinho.

Isto significa que servimos de modelo, acompanhantes, observadores e depois, uma referência.

Significa que a nossa estratégia tem de assentar no relacionamento pessoal. Que dipenderemos do nosso tempo e energia individualmente e que levaremos a nossa equipa a fazer o mesmo. Que seremos pastores centrados nas necessidades individuais mais do que nos números ou no sucesso dos programas (que também são importantes se tiverem objectivos concretos), conselheiros disponíveis para ouvir e ajudar a encontrar soluções, professores que facilitam a descoberta e aprendizagem (apropriação) no estudo da Bíblia.

Actividades como Concertos, Retiros, Acampamentos, Conferencias, Desporto, etc.são instrumentos de apoio úteis à nossa estratégia, sobretudo se forem contextualizadas ao grupo e aos objectivos e logo, uma oportunidade de envolvimento.

Sugestões (apenas!) para a dinamização de uma equipa:

Tipo de acção  

Descrição

Objectivo

Periodicidade

Reunião de Relacionamento

Um espaço informal para partilhar dificuldades, vitórias e propósitos, pessoais ou de ministério

Desenvolvimento pessoal e a criação/fortaleci-mento de laços de apoio mútuo

Regular (Semanal/ quinzenal/ mensal)

Reunião de Trabalho

Uma agenda previamente estabelecida e anunciada para planeamento, organização e avaliação

Envolvimento da equipa no “fazer” do ministério

Regular (mensal)

Formação

Um programa delineado para formar em áreas de necessidade: Bíblia, Psicologia, Comunicação, Artes, Organização, Ética e valores, Criatividade, etc

. Capacitar a equipa para ministrar de forma cada vez mais eficaz

Módulos distribuídos ao longo do ano

 

Recreação

Convívios, pic-nics, jogos, etc

Comunhão

Conforme o plano anual

 

“Espiritual”

Ministério da Palavra e do Espírito em reuniões ou retiros

Edificação espiritual

Conforme plano anual

 

 

Nota: A participação em eventos de formação ou de ênfase espiritual para liderança propostos por outras entidades poderá ser de grande utilidade. Existem alguns ao longo do ano. Mantenha-se informado.